São duas doses diárias. Agora você volta lentamente num barco carregado e nostálgico ao ventre.
Seus textos, livros e a parte abstrata da música mudam de cores a todo tempo. Cotidiano. Julio Cortázar.
Não há quem possa ouvir o discurso interior que nasce. É outro dia, quatro comprimidos. A noite é uma luz apagada
dentro do que já era escuridão. Você voltará a ver, porém, com menor frequência. Espere o tempo, seu texto e sua vida
estará em fragmentos, mas será diferente beber ou ouvir velhas canções.Atenção. Não haverá silêncio nos próximo infinitos momentos.
A vida bem resumida. Julio Cortázar. A vida insólita, porém cotidiana. Murilo Rubião. Quando fechar os olhos saberá
lidar com a noite. Calma, escreva, releia. São mais duas doses diárias, pode ser anter de dormir. Só espere
até a paz não fazer sentido. Acorde e escreva.
Objetos quase imperceptíveis
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quinta-feira, 23 de abril de 2015
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Era simples. Só reinventar. Talvez as cores, amores e outros
detalhes estivessem apenas fora de seus lugares.
Fechou os olhos e viu o tempo, como se vê o sol. Era um
pequeno astro sem fim ou início. Era simples. Só reinventar. Mãos calmas
agarraram-no e puxaram para dentro do silêncio. Silêncio e tempo. Agora. Triste
é correr atrás de palavras, buscá-las dentro de corpos e copos. Era simples. O
tempo parece que corre. As linhas de Van Gogh são distorcidas. Era só
reinventar pra ser simples. Era só olhar.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Em versos não escreverei, Versos são presos e, quando livres, foram escritos por algemados. Escreverei em prosa, essa é liberta. Não se engane caro leitor, por dentro dessa camisa de força bate livre um coração. As palavras não provém das mãos. Das mãos vem o sangue de Abel. Cristo salvou o mundo com pregos. Eu não, pretensão alguma trago de salvar alguém, só de deixar voar de dentro de mim esses pássaros coloridos.
No dia que tomei medo dos meus fantasmas eles desapareceram, descobri que se alimentavam da minha coragem. Nunca disse nada diante dos meus observadores. Eu conversava com observadores alheios durante o dia. Os meus, alguns eram crianças mortas, mulheres negras, velhas, sempre vestidas de branco. O mais terrível me olhou nos olhos, rosto deformado, escondi-me no escuro, fitei-o novamente, o mesmo olhar.
Sinto-me diferente, pois não tenho medo do medo. Tomei pavor da coragem. Não quero ter armas nem objetos coloridos diante de mim. Esses amigos –desculpe- chamarei assim aqueles observadores. São anti-sociais. Qualquer gole de cerveja eles não me visitavam. Com o tempo percebi que eram apenas tímidos, às vezes se escondiam dentro dos meus sonhos. Eu os expelia com choros pelas manhãs.
Preciso voltar, desde a minha infância mortos e vivos me visitavam, acredito eu, de forma genética. Ficaram mais intensos quando cismei que poderia voar se pulasse do décimo terceiro andar. Nunca pulei. Eles me olharam com olhares frios e compassivos. Um dia, um deles me empurrou pra dentro de um sonho, minha esposa me puxou de novo para a colchão que dormíamos na sala. Revi-o no sábado, olhando-me pela janela do automóvel. Chorei como criança.
Com o passar dos dias eu percebi que meus observadores estavam sendo devorados por mim, eu os degustava calado, e qualquer sorriso de alguém, aumentava minha apetite.
O pior é quando se descobre que por alguns motivos, para algumas pessoas, os observadores são invisíveis. Cometi o erro de compartilhar a presença de meus amigos com outros amigos. Esses primeiros, principalmente os que eu havia devorado, creio que as crianças mortas, começaram a me atormentar por dentro. O fogo do inferno queimava no meu estômago,,,,,
Começaram um diálogo sem fim. Todas as minhas certezas eram confrontadas. Eu dizia “subo”, eles, “desce”, “fico”, “foge”, “grito”, “silêncio”. Com o tempo, lentamente, só distante de tudo, percebi, Tratava-se de uma metamorfose. Não era eu, sou nós. E pra não dizer que os cenários da vida todos mudaram. Nós começamos a estar onde queríamos, mesmo que esse lugar não existisse. Os lugares, conhecidos por você leitor como reais, foram aos poucos evaporando, como gases luminosos no espaço.
Fizemos viagens longas, entramos pela porta sem forma da religião, percorremos as formas geométricas da música. E a paz noturna jogamos em um caminhão de lixo. Nós começamos a ficar acordados, era a melhor maneira de não ver mais a realidade referencial.
Fizemos viagens longas, entramos pela porta sem forma da religião, percorremos as formas geométricas da música. E a paz noturna jogamos em um caminhão de lixo. Nós começamos a ficar acordados, era a melhor maneira de não ver mais a realidade referencial.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
João saiu
pela porta,
rua morna,
tempo seco.
fazia,
que
não chovia,
por dentro,
ressecado,
na veia.
Não chorava,
tornou
seco,
toda a chuva,
de tristeza,
João amava,
Tereza,
no entanto
não havia,
sequer,
quadrilha.
João
batalhava pelo pão,
nosso
de cada dia,
ida e vinda,
morte e vida,
severina
todo dia
Por fim,
João
se matou,
de viver...
São Pedro
chuva,
velório,
João molhado
agora adentra,
pela porta
purgatório.
pela porta,
rua morna,
tempo seco.
fazia,
que
não chovia,
por dentro,
ressecado,
na veia.
Não chorava,
tornou
seco,
toda a chuva,
de tristeza,
João amava,
Tereza,
no entanto
não havia,
sequer,
quadrilha.
João
batalhava pelo pão,
nosso
de cada dia,
ida e vinda,
morte e vida,
severina
todo dia
Por fim,
João
se matou,
de viver...
São Pedro
chuva,
velório,
João molhado
agora adentra,
pela porta
purgatório.
domingo, 28 de setembro de 2014
terça-feira, 16 de setembro de 2014
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
domingo, 7 de setembro de 2014
É preciso lhe fazer uma canção
mais alta que o mar
mar de montanhas
pra que lá do alto
você possa se jogar
É preciso juntar um milhão de versos
sons, batuques, flores e o universo
pra erguer meu som como uma torre
pra você, pra você pular
eu quero lhe falar sobre as coisas simples
que me fazem bem
mas antes eu preciso fazer
uma canção de bem....
mais alta que o mar
mar de montanhas
pra que lá do alto
você possa se jogar
É preciso juntar um milhão de versos
sons, batuques, flores e o universo
pra erguer meu som como uma torre
pra você, pra você pular
eu quero lhe falar sobre as coisas simples
que me fazem bem
mas antes eu preciso fazer
uma canção de bem....
Antigos sentimentos
Eu procurava cartas antigas,
pois palavras são imagens,
e a gasta cor da folha,
é nostalgia engarrafada.
O tremor das mãos,
minunciosamente investigando,
é métrico e desritimado,
como o jovem coração apaixonado.
A forma de dobrar,
era o zelo pelo amor distante,
eu procurava cartas antigas
de dois velhos amantes.
Eu procurava cartas antigas,
pois palavras são imagens,
e a gasta cor da folha,
é nostalgia engarrafada.
O tremor das mãos,
minunciosamente investigando,
é métrico e desritimado,
como o jovem coração apaixonado.
A forma de dobrar,
era o zelo pelo amor distante,
eu procurava cartas antigas
de dois velhos amantes.
sábado, 16 de agosto de 2014
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Correnteza
você já viu o mundo
pelos olhos de Van Gogh
é uma solidão
distorcida
é estar
e só...é multidão
A distância entre
a montanha e o mar
e o rio que te leva lá
são curvas distorcidas
mas eu sei chegar
e só só
admirar
A correnteza vai, vai nos levar
dessas ruínas
até um outro lugar
pelos olhos de Van Gogh
é uma solidão
distorcida
é estar
e só...é multidão
A distância entre
a montanha e o mar
e o rio que te leva lá
são curvas distorcidas
mas eu sei chegar
e só só
admirar
A correnteza vai, vai nos levar
dessas ruínas
até um outro lugar
Convexo
Eu vejo o lado de trás do espelho,
e não espalho seu reflexo,
é minha própria alma,
que fugiu pela janela.
Posso evitar ver,
é só desvir meu olhar para a refração,
mas o sembrante de mim mesmo,
ao avesso é solidão.
O que você vê?
e não espalho seu reflexo,
é minha própria alma,
que fugiu pela janela.
Posso evitar ver,
é só desvir meu olhar para a refração,
mas o sembrante de mim mesmo,
ao avesso é solidão.
O que você vê?
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
eu numas linhas rabiscadas
de um papel amarrotado
refiz um mundo de imaginação
pássaros cantavam pela madrugada
e eu
ao som do coração
rabiscava Mia Couto
e desenhava um tufão
não me venha com delírios
eu só quero emoção
eu batuco os meus dias
eu escrevo minha canção
o meu coração de aço
dissolve-se em inspiração
eu refaço o meu canto
de disfarço a solidão
sou a trilho e o trem
quando quero outra visão
eu vou lá em Itueta
e brinco com a minha salvação
estou salvo do perigo
meus amigos, minha visão
e quando vejo o nvisível
eu sei que é ilusão
de um papel amarrotado
refiz um mundo de imaginação
pássaros cantavam pela madrugada
e eu
ao som do coração
rabiscava Mia Couto
e desenhava um tufão
não me venha com delírios
eu só quero emoção
eu batuco os meus dias
eu escrevo minha canção
o meu coração de aço
dissolve-se em inspiração
eu refaço o meu canto
de disfarço a solidão
sou a trilho e o trem
quando quero outra visão
eu vou lá em Itueta
e brinco com a minha salvação
estou salvo do perigo
meus amigos, minha visão
e quando vejo o nvisível
eu sei que é ilusão
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Acompanho o sol
as japonesas tem segredos
por trás dos olhos.
A fila do pão francês,
é indiana,
a chinela do padeiro,
havaiana,
Ao meio dia,
eu espero o sol,
decidir a direção do meu olhar.
Têm muitas noites,
que não vejo as noites,
a lua sim,
ela é mais clara durante o dia.
Aquela música Miltada,
e onde tenha sol,
nem sou eu mais que vou,
eu voo.
as japonesas tem segredos
por trás dos olhos.
A fila do pão francês,
é indiana,
a chinela do padeiro,
havaiana,
Ao meio dia,
eu espero o sol,
decidir a direção do meu olhar.
Têm muitas noites,
que não vejo as noites,
a lua sim,
ela é mais clara durante o dia.
Aquela música Miltada,
e onde tenha sol,
nem sou eu mais que vou,
eu voo.
Hoje acordei,
um poema fugia pela janela.
Eu via suas últimas cores,
aquelas que não se engole a seco.
Hoje eu acordei,
esperando a visita de um amigo.
A rua vazia e ventosa,
num sol esmorecido.
Hoje eu esqueci de acordar,
eu vi meu dia de olhos fechados
disse a um velho que eu não abraçava há tempos,
"Pai, o vento no rosto é sonho, sabia?”
um poema fugia pela janela.
Eu via suas últimas cores,
aquelas que não se engole a seco.
Hoje eu acordei,
esperando a visita de um amigo.
A rua vazia e ventosa,
num sol esmorecido.
Hoje eu esqueci de acordar,
eu vi meu dia de olhos fechados
disse a um velho que eu não abraçava há tempos,
"Pai, o vento no rosto é sonho, sabia?”
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Toda sexta tem um pouco de paixão,
crucifixo tem aquele vazio da solidão,
Nem todo Murilo é fantástico como Rubião,
atitude do outro tem sua opinião.
Tambor tem um pouco de coração.
sorriso desesperado vem com depressão,
desculpa não merece todo perdão,
fracasso ninguém tem culpa não.
sorriso desesperado vem com depressão,
desculpa não merece todo perdão,
fracasso ninguém tem culpa não.
Vou me vestir de branco,
que é pra ter razão,
de não ser santo,
mas sozinho ter um pouco de multidão.
que é pra ter razão,
de não ser santo,
mas sozinho ter um pouco de multidão.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Deus demorou sete dias pra criar a capsula da felicidade,
o homem demorou 24 horas pra descobrir a solidão,
mibha mãe engravidou com 16 anos de idade,
com 30 anos eu fiz amigos indesejáveis.
E se meu poema é subjetivo demais,
vá morar no jardim do Édem,
coloque novos nomes,
em seres que não conhecem a si mesmos.
A multidão que fala em minha voz,
atormenta mais quando se cala,
Voltei a um amor esquecido,
e perdi perdão pelas flores feridas.
o homem demorou 24 horas pra descobrir a solidão,
mibha mãe engravidou com 16 anos de idade,
com 30 anos eu fiz amigos indesejáveis.
E se meu poema é subjetivo demais,
vá morar no jardim do Édem,
coloque novos nomes,
em seres que não conhecem a si mesmos.
A multidão que fala em minha voz,
atormenta mais quando se cala,
Voltei a um amor esquecido,
e perdi perdão pelas flores feridas.
Os anjos e demônios,
mortos e vivos invisíveis,
tiraram férias no final de julho.
Falaram que voltariam pelo correio,
eu bebi toda a luz da noite,
e no escuro eu vi o rosto dela
parecia mais linda que sempre.
Eu li Machado, Rubião e Sabino,
todos reclamaram da minha indiferença,
falaram que Alves, Suassuna e Ubaldo,
foram embora sem me perdoar.
Estou dormindo mais cedo agora,
às vezes choro pra lavar meu interior,
tudo ficou mais claro quando abro a porta,
e meus sonhos empoeirados,
estou pendurando um a um na prateleira da sala.
mortos e vivos invisíveis,
tiraram férias no final de julho.
Falaram que voltariam pelo correio,
eu bebi toda a luz da noite,
e no escuro eu vi o rosto dela
parecia mais linda que sempre.
Eu li Machado, Rubião e Sabino,
todos reclamaram da minha indiferença,
falaram que Alves, Suassuna e Ubaldo,
foram embora sem me perdoar.
Estou dormindo mais cedo agora,
às vezes choro pra lavar meu interior,
tudo ficou mais claro quando abro a porta,
e meus sonhos empoeirados,
estou pendurando um a um na prateleira da sala.
domingo, 27 de julho de 2014
Overdose
20 horas
pra quem pesaledou 30 anos,
nem o maracatu de uma tonelada
rouba a leveza dessas estrelas,,,
pra quem pesaledou 30 anos,
nem o maracatu de uma tonelada
rouba a leveza dessas estrelas,,,
Quem desaprendeu a sonhar,
é comum a ligeireza dos novos passos,
e não se trata de ser retrô ou vil,
é só apagar a luz por hoje,
refazer o café
para o sofá não esvaziar.
é comum a ligeireza dos novos passos,
e não se trata de ser retrô ou vil,
é só apagar a luz por hoje,
refazer o café
para o sofá não esvaziar.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Fotografia
Se o sol me levasse
pro outro lado
e bem cedo...
eu retornasse
Ninguém saberia
eu
juro segredo
Mas meu cético olhar
vê nessa fotografia
uma nostalgia avermelhar...a ver melhor
como se fosse só
o fim do dia
domingo, 20 de abril de 2014
Novamente
Pela manhã,
noite ou tarde,
os caminhos que poetizaram,
surgem diante de mim
porém,
sem nenhuma poesia.
Eu.
com meu suor e poeira;
escolho algum aleatoriamente,
esperando um pouco de paz.
Durante as noites,
Sinto angústias de escolhas que não fiz,
Acordo de pesadelos que me sugam,
escuto alguma boa alma chorando,
e já é hora de domir novamente.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Agora
Apagar as luzes,
abreviar,
ser breve,
passageiro.
Reduzir o efêmero,
provocar,
questionar,
desconsiderar qualquer possibilidade de destino.
abreviar,
ser breve,
passageiro.
Reduzir o efêmero,
provocar,
questionar,
desconsiderar qualquer possibilidade de destino.
domingo, 30 de março de 2014
Salto
Um tiro em minha mente.
Todas as manhãs,
desço a escada dos pesadelos,
e entro em outro sonho.
A vida se resume,
em tentativas a abrir,
portas trancadas.
Quando se cansa,
restam janelas do décimo sétimo andar.
Mas quem cortou minha asas?
Deslize
Sua alma foge pela garganta,
sorri em ondas,
abraça um terço da eternidade,
e volta macia.
Meus acordes,
acordam de pesadelos,
meus segredos eu lhe conto,
com desvios de olhares.
O destino é desviado,
sinto-me em paz,
e despedindo,
magnetismo acelerado.
E quem entenderia
uma sentimento enterrado?
Nessa noite de absurdos,
pelo acaso destinado?
sexta-feira, 28 de março de 2014
Sem gravidade
Eu ando pela cidade,
admirando os edifícios.
minha alma quer voar,
por cima de todos eles.
Eu ando pelas ruas,
ouvindo o som do subsolo,
sentindo um saudade estranha,
e um destino de voltar,
Eu vejo cordas em nós,
respiro pólvoras do silêncio,
meu tempo está...
sempre acelerado.
A chuva que trarei,
será tão efêmera...
Quem musicava,
é lembrado apenas pelo silêncio.
O pouco que preciso terminar,
me faz andar pela cidade.
Sou epifania e sinestesia,
em um corpo já sem gravidade.
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